06 abril 2007

O rio

Poh Pin Chin

Ora caudaloso,
ora inclemente,
brota manso
entre rochas
e corre ligeiro
sobre o cascalho.

O peso da água
e o cheiro do ar
dão trabalho e
distraem o capitão
que é também
o único passageiro.

Na foz, águas
turvas e sonolentas
encontram por um
instante o clarão do sal
antes de se entregarem
ao ruidoso vazio do mar.

Marcas, dores,
fortunas e troféus
ficaram para trás e estão
agora no fundo do rio,
o mesmo cujo percurso
navio algum jamais refez.

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