23 setembro 2009

Desenganos da vida humana, metaforicamente

Gregório de Matos

É a vaidade, Fábio, nesta vida,
Rosa, que da manhã lisonjeada,
Púrpuras mil, com ambição dourada,
Airosa rompe, arrasta presumida.

É planta, que de abril favorecida,
Por mares de soberba desatada,
Florida galeota empavesada,
Sulca ufana, navega destemida.

É nau enfim, que em breve ligeireza,
Com presunção de Fênix generosa,
Galhardias apresta, alentos presa:

Mas ser planta, ser rosa, nau vistosa
De que importa, se aguarda sem defesa
Penha a nau, ferro a planta, tarde a rosa?

Fonte: Spina, S. 1995. A poesia de Gregório de Matos. SP, Edusp.

2 Comentários:

Anonymous Anônimo disse...

muito lindo esse poema, fui fazer um trabalho com esse poema, gostei tanto que estou lendo outros do Gregório Matos.

7/8/12 11:25  
Anonymous Anônimo disse...

Gregório de Matos Guerra, entre os poetas brasileiros, o classifico como um dos maiores de todos os tempos, vejam a poesia de Vinicius à música de Caetano a presença de Gregório de Matos é constante. Vale a pena conhecer toda a obra.

5/11/14 23:35  

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