09 novembro 2009

Este mundo

Robert Creeley

Noite, duro tempo
fechado mas os dias
nascem. A manhã
abre com luz

na janela.
O sol, agora, escala
o céu azul.
Ao meio-dia

na praia
posso ver
cintilantes ondas,
para sempre,

seguir seus sons
fundos, na mente
ecoam –
deixar a luz

como ar
ser um alívio.
O vento
corta o rosto

e as mãos,
mais feio. O que
se pode pensar –
a praia

miríade de pedras.
Nuvens passam,
cinza do lado de baixo,
branco feixe

de ar, tudo
ar. Água
se move à margem,
azul, verde

branca trama
de espuma.
O que se
perde,

se recobra.
O que
importa a um
neste mundo?

Fonte: Creeley, R. 1997. A um. SP, Ateliê Editorial.

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