19 maio 2013

A Maria dos povos, sua futura esposa


Discreta e formosíssima Maria,
Enquanto estamos vendo a qualquer hora
Em tuas faces a rosada Aurora,
Em teus olhos e boca o Sol e o dia:

Enquanto com gentil descortesia,
O ar, que fresco Adônis te namora,
Te espalha a rica trança brilhadora
Quando vem passear-te pela fria...

Goza, goza da flor da mocidade,
Que o tempo trata a toda a ligeireza,
E imprime em toda a flor sua pisada.

Ó não guardes, que a madura idade,
Te converta essa flor, essa beleza,
Em terra, em cinza, em pó, em sombra, em nada.

Fonte: Spina, S. 1995. A poesia de Gregório de Matos. SP, Edusp.

1 Comentários:

Blogger Ana Góis disse...

“Sua mulher fugiu de casa para a do tio, desesperada das desenvolturas de Gregorio de Mattos. O tio querendo restabelecel-a na amizade de seu marido, procurou a este, que concordou em que ella voltasse para a casa, porém somente com a condição de que a receberia, sendo-lhe ella apresentada por um Capitão do matto como escrava fugida, acto que se executou da forma mais decorosa, pagando Gregorio generosamente ao Capitão do matto; e protestando que, desde então, todos os filhos que tivesse, se chamariam Gonçalos, para que se dissesse que sua casa era de Gonçalo, onde a gallinha pode mais que o gallo.” Annaes do Archivo Publico e Inspetoria de Monumentos, vol. XIX, Bahia, Imprensa Official do Estado, 1931, p. 220-221.

22/1/18 15:28  

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