17 julho 2013

A galinha ruiva

Penrhyn W. Coussens

Se queremos dividir a recompensa, devemos partilhar o trabalho.

Um dia uma galinha ruiva encontrou um grão de trigo.
– Quem me ajuda a plantar este trigo? – perguntou aos seus amigos.
– Eu não – disse o cão.
– Eu não – disse o gato.
– Eu não – disse o porquinho.
– Eu não – disse o peru.
– Então eu planto sozinha – disse a galinha. – Cocoricó!
E foi isso mesmo que ela fez. Logo o trigo começou a brotar e as folhinhas, bem verdinhas, a despontar. O sol brilhou, a chuva caiu e o trigo cresceu e cresceu, até ficar bem alto e maduro.
– Quem me ajuda a colher o trigo? – perguntou a galinha aos seus amigos.
– Eu não – disse o cão.
– Eu não – disse o gato.
– Eu não – disse o porquinho.
– Eu não – disse o peru.
– Então eu colho sozinha – disse a galinha. – Cocoricó!
E foi isso mesmo que ela fez.
– Quem me ajuda a debulhar o trigo? – perguntou a galinha aos seus amigos.
– Eu não – disse o cão.
– Eu não – disse o gato.
– Eu não – disse o porquinho.
– Eu não – disse o peru.
– Então eu debulho sozinha – disse a galinha. – Cocoricó!
E foi isso mesmo o que ela fez.
– Quem me ajuda a levar o trigo ao moinho? – perguntou a galinha aos seus amigos.
– Eu não – disse o cão.
– Eu não – disse o gato.
– Eu não – disse o porquinho.
– Eu não – disse o peru.
– Então eu levo sozinha – disse a galinha. – Cocoricó!
E foi isso mesmo o que ela fez. Quando, mais tarde, voltou com a farinha, perguntou:
– Quem me ajuda a assar essa farinha?
– Eu não – disse o cão.
– Eu não – disse o gato.
– Eu não – disse o porquinho.
– Eu não – disse o peru.
– Então eu asso sozinha – disse a galinha. – Cocoricó!
A galinha ruiva assou a farinha e com ela fez um lindo pão.
– Quem quer comer esse pão? – perguntou a galinha.
– Eu quero – disse o cão.
– Eu quero – disse o gato.
– Eu quero – disse o porquinho.
– Eu quero – disse o peru.
– Isso é que não! Sou eu quem vai comer esse pão! – disse a galinha. – Cocoricó!
E foi isso mesmo que ela fez.

Fonte: Bennett, W. J., org. 1997. O livro das virtudes para crianças. RJ, Nova Fronteira. Conto popular. A versão acima foi publicada em livro em 1911.

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