24 novembro 2013

Base histórica

Paul J. Kramer & Theodore T. Kozlowski

Embora geralmente se admita que a moderna fisiologia das plantas se iniciou com Sachs por meados do século dezenove, os respectivos primórdios vêm realmente de muito mais longe. Sylva da autoria de John Evelyn, publicado em 1670, numa tentativa de interessar os proprietários ingleses na plantação de mais árvores, foi um dos primeiros livros que tratou das árvores. Embora no seu conteúdo pouco exista sobre a fisiologia das árvores, faz-se referência ao fluxo da seiva no vidoeiro e discutem-se as exigências relativas ao crescimento de várias espécies de árvores. Entre 1668 e 1671 foram publicados vários artigos na Proceedings of the Royal Society of London por Beale, Lister, Ray, Tonge e Willoughby tratando da ascensão da seiva nas árvores, embora se não haja chegado a conclusões satisfatórias. Nehemiah Grew, que publicou importantes trabalhos de anatomia em 1671 e 1682, descreveu com certo detalhe a anatomia dos troncos das árvores e discutiu as prováveis funções das diferentes estruturas. Um outro dos primeiros anatomistas, Malpighi (Anatomes plantarum, 1675), distinguiu o cerne e o borne e observou a formação dos anéis de crescimento anual, se bem que não haja aparentemente compreendido a função do câmbio.

O primeiro trabalho importante de fisiologia das árvores foi feito por Stephen Hales (1727), autor que realizou igualmente as primeiras medições da pressão sanguínea nos animais. Mediu a transpiração e as pressões nas raízes e nos troncos, concluiu que a água sobe pelo lenho e não pela casca e demonstrou que nas árvores não há circulação de seiva comparável à circulação do sangue nos animais. O trabalho de Hales tem importância porque pôs em relevo o método experimental e procurou explicar os processos das plantas em termos de leis físicas.
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Fonte: Kramer, P. J. & Kozlowski, T. T. 1972 [1960]. Fisiologia das árvores. Lisboa, Calouste Gulbenkian.

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