17 abril 2015

O círculo hermenêutico

Juan Luis Segundo

Para não começar com o princípio dos princípios, comecemos pela realidade de cada dia e perguntemos se é possível diferenciar as atitudes de um teólogo da libertação das de um outro teólogo qualquer.

Minha experiência passada e presente me ensina que, apesar de uma porção de mudanças, continua-se a ensinar a teologia de um modo autônomo, e isso não apenas a futuros professores de teologia, mas a pessoas normais que só vão fazer uso dela para enfrentar os problemas reais da gente simples e ordinária.

Quando falo de autonomia da teologia acadêmica, refiro-me a uma longa tradição nas Igrejas cristãs. O cristianismo é uma religião bíblica, isto é, a religião de um livro, ou melhor, de vários livros, já que a palavra Bíblia significa justamente isso. Tal fato significa então também que a teologia não pode, por sua conta, desviar-se deste caminho, e sim voltar, repetida e indefinidamente, a interpretar o mesmo livro. A teologia não é – pelo menos não em primeiro lugar – uma interpretação do homem ou da sociedade.
[...]

Fonte: Segundo, J. L. 1978. Libertação da teologia. SP, Loyola.

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