30 agosto 2015

Intolerância à lactose

Donald Voet, Judith G. Voet & Charlotte W. Pratt

Nas crianças, a lactose (também conhecida como açúcar do leite) é hidrolisada pela enzima intestinal β-D-galactosidase (ou lactase) aos seus componentes monossacarídicos [glicose + galactose] para absorção na corrente sanguínea. A galactose é enzimaticamente convertida (epimerizada) em glicose, que é o principal combustível metabólico de muitos tecidos.

Uma vez que é improvável os mamíferos encontrarem lactose após terem sido desmamados, a maioria dos mamíferos adultos possui baixos níveis de β-galactosidase. Conseqüentemente, boa parte da lactose que eles ingerem atravessa o trato digestivo até o cólon, onde a fermentação bacteriana produz grandes quantidades de CO2, H2 e agentes orgânicos irritantes. Esses produtos causam as dificuldades e as dores digestivas conhecidas como intolerância à lactose.

A intolerância à lactose, que já foi considerada um distúrbio metabólico, é, na realidade, bastante comuns em seres humanos adultos, em particular de descendência africana ou asiática. Curiosamente, entretanto, os níveis de β-galactosidase diminuem apenas de forma amena com a idade em descendentes de populações que, historicamente, consomem uma base de produtos laticínios na dieta, durante toda a vida. A tecnologia de alimentos moderna tem auxiliado os adultos apreciadores de leite com intolerância à lactose: encontra-se disponível um tipo de leite em que a lactose foi previamente hidrolisada de modo enzimático.

Fonte: Voet, D; Voet, J. G. & Pratt, C. W. 2000. Fundamentos de bioquímica. Porto Alegre, Artmed.

0 Comentários:

Postar um comentário

<< Home

eXTReMe Tracker