29 novembro 2015

Impressões de teatro

Artur Azevedo

Que dramalhão! Um intrigante ousado,
Vendo chegar da Palestina o conde,
Diz-lhe que a pobre da condessa esconde
No seio o fruto de um amor culpado.

Naturalmente o conde fica irado:
– O pai quem é? – pergunta. Eu!, lhe responde
Um pajem que entra. – Um duelo – Sim! Quando? Onde?
No encontro morre o amante desgraçado.

Folga o intrigante... Porém surge um mano,
E, vendo morto o irmão, perde a cabeça:
Crava um punhal no peito do tirano!

É preso o mano, mata-se a condessa,
Endoidece o marido... e cai o pano
Antes que outra catástrofe aconteça.

Fonte: Bosi, A. 2013. História concisa da literatura brasileira, 49ª edição. SP, Cultrix. Poema – com a dedicatória ‘A Guimarães Passos’ – publicado em livro em 1876.

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