13 julho 2016

Polimorfismo e o supergene

E. B. Ford

É [o polimorfismo] uma forma de variação de grande importância e de aplicação universal. Foi definido por Ford [...] como “a ocorrência conjunta, no mesmo hábitat, de duas ou mais formas descontínuas de uma espécie, em proporções tais que a mais rara não pode ser mantida apenas por mutações recorrentes”.

O significado e o alcance dessa definição podem ser melhor entendidos, tomando-a por partes. Ela exclui, claramente, tanto as formas geográficas como as sazonais. Exclui também a variação multifatorial, responsável por alguma característica que possa assumir todos os valores entre dois extremos, ambos raros, ao passo que a média entre elas constitui uma classe relativamente comum: por exemplo, a altura em uma dada população humana. Além disso, existe uma outra situação que não pode ser polimórfica: a estabelecida por qualidades desvantajosas raras, eliminadas pela seleção e mantidas apenas [por meio] de mutações. Uma população humana não será polimórfica por incluir alguns indivíduos que, como São Marcos, possuem dedos truncados (braquidactilia).

No polimorfismo coexistem formas alternativas distintas, como os conhecidos grupos sanguíneos O e A, não relacionados [por meio] de intermediários e, na maioria das raças, ocorrendo conjuntamente em alta frequência, tanto em homens como em mulheres; portanto, algum tipo de ‘mecanismo de controle’ deve decidir qual a alternativa, dentre duas ou mais, se desenvolverá num dado indivíduo. Esse controle é quase sempre proporcionado pela segregação de um par de alelos, ou pelas formas alternativas de um supergene [...].

Fonte: Ford, E. B. 1980. Genética e adaptação. SP, EPU & Edusp.

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