29 setembro 2016

Despedida de João Alphonsus

Emílio Moura

Los que se van para siempre
poco a poco nos arrastran.
E. Frugoni

Alguém te chama, Alphonsus.
Alguém que está presente e, no entanto, é a Ausência.

O chamado é tão grave, não comporta lágrimas;
o caminho é tão longo, não chegarias nunca.

Alguém te chama, Alphonsus.

Que grande sorriso
sorris, de repente.

Pensei que tombavas
na noite, mas noite
só esta.

Fonte (versos 2 e 3 ): Cunha, C. 1976. Gramática do português contemporâneo, 6ª edição. BH, Editora Bernardo Álvares. Poema publicado em livro em 1949.

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