10 junho 2017

Repensando o transporte urbano

Marcia D. Lowe

O automóvel prometeu outrora um mundo fascinante de velocidade, liberdade e conveniência, transportando magicamente as pessoas aonde quer que a estrada pudesse levá-las. Dadas essas sedutoras qualidades, não é surpreendente o fato de as pessoas em todo o mundo abraçarem entusiasticamente o sonho de posse de um automóvel. Mas as sociedades que edificaram seus sistemas de transporte em torno do automóvel estão hoje despertando para uma realidade muito mais desagradável. Os problemas criados pelo excesso de confiança no automóvel estão pesando mais do que os seus benefícios.

Esses problemas são numerosos e muito difundidos. O congestionamento do tráfego e a poluição do ar atormentam todas as grandes cidades, e a dependência com relação ao petróleo torna as economias vulneráveis. Cada vez fica mais difícil viver em cidades cujas ruas foram planejadas para automóveis e não para pessoas. Nos países em desenvolvimento, os automóveis prestam serviços apenas a uma pequena elite e deixam a imensa maioria com transportes inadequados. Na Europa Oriental e na União Soviética, as recentes reformas poderiam acrescentar os problemas da dependência com relação ao automóvel às esmagadoras crises econômicas e ambientais.
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Fonte: Brown, L. R., org. 1992. Qualidade de vida – 1991. SP, Globo.

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